29 de dez. de 2008

Esclarecimento

Oquêi, vamos deixar claro. O que eu escrevo aqui não é sobre você. Nem sobre você. E muito menos sobre você. É ficção, sacou? Fi-qui-são!!! É como aqueles meus contos em primeira pessoa em que o eu-lírico é um sociopata completo que sai de madrugada para matar gente por esporte no vale do Anhangabaú. Ou você pensa que são relatos verídicos? Ou como os contos em primeira pessoa sobre suicídio. Em primeiro lugar, o que você achava? Que eles foram psicografados? Onde já se viu conto em primeira pessoa sobre suicídio que deu certo ter qualquer coisa a ver com a realidade? Em segundo, não tenho a menor vocação para suicida: se sorrio pouco é porque sou contido, mesmo, não triste. E a roupa preta nada mais é que uma opção estética.

Eu não escrevo pra lavar a alma, nem pra deixar ninguém com sentimento de culpa, nem pra encher a bola de quem quer que seja, nem pra jogar confete, nem pra botar a boca no mundo. Eu escrevo porque gosto. É hobby. Eu gosto de contar história. E se eu conto em primeira pessoa, é porque acho bacaninha. Não significa absolutamente nada.

Eu não escrevo para você, sobre você, pensando em você, ou tentando te esquecer, ou tentando não te esquecer. Eu não escrevo por nada disso. Se, por acaso, você achar que alguma coisa aqui é, sim, sobre você, lembra daquela notinha que aparece no começo ou no fim dos filmes: qualquer semelhança com pessoas, blá, blá, blá, é mera coincidência.

É que nem aquela música da Carly Simon. “You’re so vain you probably think this song is about you... la-la-la-la...” Será que não é por aí? (olha só o headbanger aqui, balançando a cabeça em sinal de reprovação e fazendo ‘tsc, tsc’ pra si mesmo por sequer mencionar o nome da Carly Simon, que dizer saber a letra!)

Ficou claro, moça? Deu pra entender? Eu escrevo ficção porque gosto de escrever. E porque não pega bem ficar muito tempo sem colocar coisa nova no blog, então invento historinhas e deixo aqui para as pessoas lerem. Não escrevo sobre você, nem você e nem (fala sério, né?) você aí.

A não ser, claro, quando eu escrevo, mesmo, sobre você. Mas se eu disser o quê é o quê, perde um pouco da graça, né?

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