Um dia El Rei D. Sebastião vai voltar:
El Rei redivivo, ressurgido dos mortos,
virá restaurar o Império
e o exército d'El Rei D. Sebastião
serão extras de um filme de Romero.
Quando voltar, El Rei D. Sebastião
nos vai fazer frequentar a igreja.
El Rei D. Sebastião vai coibir o consumo abusivo de cerveja;
proibir ir à praia sem roupa;
acabar com essa pouca-vergonha
de transar antes do casamento,
comer carne às sextas-feiras,
dormir mulher com mulher
e barbado com barbado.
D. Sebastião I, O Desejado, quando vier,
vai por fim a essa mania da Colônia
de querer ser Sede da Coroa.
Um dia El Rei D. Sebastião,
à frente de uma armada de mil caravelas,
vai botar ordem nesta zona.
Um dia El Rei D. Sebastião vai voltar
e acabar com essa bela balbúrdia.
Nesse dia, por via das dúvidas,
me mudo prum outro lugar.
26 de fev. de 2012
Quando Voltar Ei Rei D. Sebastião
20º Andar, Face Oeste
A tribo das nuvens vermelhas.
A tribo das nuvens cinzentas.
E branco, e laranja, e violeta,
Dourado, amarelo, cor-de-telha:
O Sol assenta.
A tribo das nuvens cinzentas.
E branco, e laranja, e violeta,
Dourado, amarelo, cor-de-telha:
O Sol assenta.
18 de fev. de 2012
Faísca
Uma lasca desprendeu-se da aurora boreal.
Verde-azulou mansinho
E foi-se embora. Sentia frio à deriva, tocada
Por ventos solares atmosfera afora,
Sem meta ou destino,
Sem nada.
Um fragmento dos fogos de artifício
De deuses primitivos
Quis, pra encurtar a história,
Abrigo num país tropical.
E eu fiz-lhe oferta, que não sou idiota, nem nada.
Agora vive numa gaveta do escritório.
E a altas horas da madrugada, canta
Só pra mim sua canção verde-azulada.
E se não canta mais em coro, e nem tão alto,
E nem tanto quanto outrora,
Canta o que e quando quer –
E até ensaia semitons em cor-de-rosa.
Verde-azulou mansinho
E foi-se embora. Sentia frio à deriva, tocada
Por ventos solares atmosfera afora,
Sem meta ou destino,
Sem nada.
Um fragmento dos fogos de artifício
De deuses primitivos
Quis, pra encurtar a história,
Abrigo num país tropical.
E eu fiz-lhe oferta, que não sou idiota, nem nada.
Agora vive numa gaveta do escritório.
E a altas horas da madrugada, canta
Só pra mim sua canção verde-azulada.
E se não canta mais em coro, e nem tão alto,
E nem tanto quanto outrora,
Canta o que e quando quer –
E até ensaia semitons em cor-de-rosa.
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