Ah, quem dera estar em terras de França e, num porão qualquer de Isigny sur Mer, abrir um verdadeiro camembert, em vez dessa porcaria pasteurizada a que a vigilância sanitária nos obriga. E que se danem as lombrigas.
II
Caviar, quem sabe. Sevruga com blinis. Ou, já que estamos no plano da imaginação, um beluga, até? Mas não o de Taubaté. Esse não.
III
Imagine:
Charcutarias finas de Viena. Uma baguette saindo do forno. Uma taça de rustico frutado.
Só mesmo com muito esforço pra esquecer o retrogosto.
(Fanta uva e pão com ovo)
IV
Um dia alguém falou do aspecto fálico do almofariz, da natureza quase onanista de seu manipular. Perdi para sempre o gosto pelo pesto. E cortei relações com aquela vaca freudiana.
V
Hoje, por preguiça de cozinhar, jantei uma sopa Campbell’s de ervilha. Agora, vejam só que maravilha, estou me sentindo super pop-art.
VI
Um foodie qualquer worth his salt
aceitaria de bom grado
um espresso Kopi Luwac
e macarrons da Ladurée.
Mas às vezes basta café
(de coador) e uma caixa
de caramelos de Avaré.
VII
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