17 de jan. de 2011

Tara

Na beira da estrada, mulher de todos, sempre sozinha.
O perfume barato mal cobre a cachaça,
o suor e a fumaça de diesel e gasolina,
o cheiro de borracha de pneu e camisinha.

Parada em parada,
boleia em boleia,
a puta de estrada
tonteia, chapada
de pinga, cansaço e rebite.

A queda, o tropeço
da mulher usada e triste
na beira da estrada:
seu último beijo,
um Volvo seis eixos,
tara de dez toneladas

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bem colocado, Allan. Ótimo poema!

Beijo.

Flá Perez (BláBlá) disse...

rsrsrs