1 de mar. de 2009

Fim

Talvez fosse mais fácil ter raiva. Convencer a mim mesmo de que você só me usou durante todo esse tempo. De que eu só era conveniente. De que, no fundo, você nunca me amou. De que você nem é capaz de amar qualquer coisa que não seja você mesma. Talvez seja verdade. Não sei. Espero que não – acho que não. Mas nunca vou saber com certeza e prefiro acreditar que, pelo menos por algum tempo, tenha sido de verdade.

Foram sete anos e não é de uma hora para outra que a gente passa por cima de algo assim. Sete anos não se apagam tão fácil. Nem que a gente queira. E eu nem sei se quero. Acho que não quero. Mesmo porque, não ia fazer diferença nenhuma: os sete anos já foram, não voltam, não tem jeito. E deve ter tido alguma coisa neles que tenha valido a pena. Difícil aceitar que tenham sido simplesmente jogados fora. Mas vai ver que foram. Sei lá.

Desculpa. Jogados fora? Não. Claro que não: teve lá suas coisas boas. Teve, sim. Pena que o fim foi tão feio, tão doído, tão brutal que o resultado líquido é negativo. Talvez com o tempo essa sensação passe. Talvez. Mas acho que não. Não me entenda mal. Eu provavelmente faria tudo de novo, mesmo sabendo que ia dar de cara no muro no fim da história. Vai entender. Quando a gente ama, faz umas idiotices que não dá para explicar. E eu te amei. Até o fim, eu te amei. Até depois do fim, eu ainda te amei por um tempinho.

Seria bom se desse para pegar o que quer que tenha sobrado da gente, repaginar, reformatar e transformar em amizade. Mas não dá. Não. Apaga. Acho que ainda somos amigos. Eu, pelo menos, não parei de me importar com você. Mas, se ainda somos amigos, agora somos amigos desses que não se falam. Que ficam sabendo pelos outros da vida um do outro. Que torcem à distância. Amigos que praticamente não se conhecem mais.

“Não se conhecem mais”. Acho que é isso. Eu acho que não conheço a pessoa que você escolheu ser. Conheço melhor do que todo o mundo aquela outra, aquela que era melhor do que todo o mundo. Mas a nova edição revista e atualizada, esta eu não conheço. E nem quero.

Boa sorte, moça. Seja feliz.

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