Covil de concreto e de vidro,
arquivo das perdas e danos
causados por mim a mim mesmo.
Covil de concreto em que vivo
dos frutos de erros e enganos.
Caverna de vidro em que habito,
varado de dor e tormento.
Recebo a visita do vento
que vem me fazer companhia.
Relembra as escolhas que fiz,
sementes plantadas há tempo,
brotadas em erva daninha.
Procuro por ecos de mim
na torre de vidro e concreto –
suplentes no mundo moderno
do mítico e puro marfim.
Abraça-me o vento no escuro
enquanto a mim mesmo maldigo.
E os ecos de mim que procuro
(em vão) em milhares de livros
não há, vez que são, eu bem sei,
os filhos que nunca terei.
11 de jul. de 2010
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Um comentário:
puta que pariu!
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