Que pensaram as araras,
divisando ao longe as naus
naquele dia de abril?
Que terão pensado as onças,
as tainhas e os saguis
quando os botes do homem branco
vieram dar ao litoral?
Teriam previsto o destino?
Teriam sentido que ali
começava a impor-se a ordem?
Quem sabe se anteviram o final
escrito nas entrelinhas
das mensagens de Cabral
e da carta de Caminha?
Se pressentiram o fim do caos,
do caos darwinista,
do caos colorido,
do caos tropical?
Terão percebido, aquele dia,
que logo, bem logo veriam,
no lugar do Santo Caos,
monocultura, monotonia?
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Um comentário:
Allan, hoje descobri o cauibi, descobri o sopa de letrinhas, decobri você.
Descobri você no Bar do Escritor - que eu já conhecia e até adquiri um exemplar do livro - e sua poesia sedutora. Na escrita, sou da prosa, mas poetas estão sempre na minha mira. Gostei do que vi aqui!
Grande abraço! Sucesso!
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