Além das rachaduras da fachada.
Além dos portões,
do ranger das dobradiças,
depois do hall de entrada:
o velho salão.
Que é feito das festas
onde hoje há só teias e traças?
Onde hoje poeira e luz baça,
outrora boleros,
outrora foxtrotes e valsas.
Que é do rodar de vestidos?
Dos tules e tafetás?
Das risadas dos convivas?
Nada resta no velho salão
a não ser a vaga memória
daquilo que foi um dia:
o centro da casa em ruínas.
No meio do assoalho,
uma joia esquecida
brilha de vez em quando
sob a luz das claraboias,
e o salão se lembra e chora.
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3 comentários:
Nossa, me faz sentir o peso do tempo quando as memórias são as únicas coisas que lhe restam.
lindíssimo!
adorei o salão se lembrar...eu li, memórias e pensei "ué, mas com alzeimer não tem memória" e que surpresa: era o salão...triste.
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