Há momentos para a delicadeza das rendas.
Mas não hoje: corpete de couro, correntes.
É noite de algemas e vendas.
E ninguém tem nada com isso,
A não ser a gente.
Você se rende, se entrega,
Se dá ao luxo da confiança cega
No carrasco que elegeu.
Em pé ao pé do leito, o tal eleito, eu,
Te faço brinquedo e deleite.
Te quero dada de corpo e mente,
Te quero em bondage, amada, afoita,
Te quero em estro, lasciva, felina,
Te ouvir gemer meu nome entre dentes.
A cada meu toque de afago-açoite
E cada beijo quente da parafina.
Se quiser, depois a gente troca,
Você senhora, eu submisso.
Danem-se vizinhos e fofocas!
Ninguém tem nada com isso.
Há muitas e várias formas de gozo
E titio Sade ficaria orgulhoso.
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4 comentários:
quentérrimo, delicioso.
Faz tempo não vejo algo assim tão bem feito e "causante" de tantos efeitos.
Dia 15 de setembro, lançamento do meu livro no Politeama, qdo vc leu este, ficou nítido o efeito na platéia.
Ei!
Delícia de texto.
E um brinde a troca ou não,
mas smepre um brinde
a esse tempo sem
tempo
e sem medida.
Bjins entre sonhos e delírios
Falei esse no Sarau do Metrô da semana passada. Foi engraçado.
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