18 de set. de 2009

SM

Há momentos para a delicadeza das rendas.
Mas não hoje: corpete de couro, correntes.
É noite de algemas e vendas.
E ninguém tem nada com isso,
A não ser a gente.

Você se rende, se entrega,
Se dá ao luxo da confiança cega
No carrasco que elegeu.
Em pé ao pé do leito, o tal eleito, eu,
Te faço brinquedo e deleite.

Te quero dada de corpo e mente,
Te quero em bondage, amada, afoita,
Te quero em estro, lasciva, felina,
Te ouvir gemer meu nome entre dentes.
A cada meu toque de afago-açoite
E cada beijo quente da parafina.

Se quiser, depois a gente troca,
Você senhora, eu submisso.
Danem-se vizinhos e fofocas!
Ninguém tem nada com isso.
Há muitas e várias formas de gozo
E titio Sade ficaria orgulhoso.

4 comentários:

Flá Perez (BláBlá) disse...

quentérrimo, delicioso.
Faz tempo não vejo algo assim tão bem feito e "causante" de tantos efeitos.

Flá Perez (BláBlá) disse...

Dia 15 de setembro, lançamento do meu livro no Politeama, qdo vc leu este, ficou nítido o efeito na platéia.

Catiaho Reflexod'Alma disse...

Ei!
Delícia de texto.
E um brinde a troca ou não,
mas smepre um brinde
a esse tempo sem
tempo
e sem medida.
Bjins entre sonhos e delírios

Allan Vidigal disse...

Falei esse no Sarau do Metrô da semana passada. Foi engraçado.