9 de set. de 2009

Vazia

(originalmente publicado na Falópios sob o pseudônimo "Gilda Mineli")

Sou um resto de nada hoje em dia,
Sou refém e de mim sentinela;
A mulher que, de triste, se via
Personagem na voz de Florbela;

A garota que só no seu canto
Tinha medo do mundo lá fora
E cantava baixinho enquanto
Lia amores de Lygia e de Cora;

A menina que amor nenhum tinha
E ninguém quem seus sonhos ouvisse
E chorava seu choro – sozinha –
Com Cecilia, com Hilda e Clarice;

Que em versos buscava guarida
(de Clarice, de Lygia e de Hilda)
E num mar de si mesma era ilha
(Coralina, Florbela e Cecilia).

2 comentários:

Geraldo disse...

Oi, gosto bastante desse, e do das mulheres-doença. Escritor é escritor, né?, sempre volta ao local do crime.

Grande abraço!

Allan Vidigal disse...

Thanks, cuz.