Bateste em franca retirada.
Te ocultaste além do horizonte,
mulher que outrora chamei “Amada”.
E quem saberá dizer onde, e quão longe,
fica a muralha que te esconde?
A cama que foi nossa um dia
– e, por mim, ainda seria –
é o leito de um rio morto
(antes água, hoje lodo).
Entre uma margem e outra,
sumidouro, atoleiro, fosso:
queimaste a última ponte,
não resta vau, nem passagem,
e nem mesmo o próprio Caronte
se atreveria a fazer tal viagem.
Da minha margem diviso a tua,
que por léguas ao fundo e ao largo
fizeste estéril, calcinada e nua,
como quem dissesse, “Delenda Cartago”.
16 de nov. de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
teria que ser triste, mas ri (francamente, depois amargamente)da ironia e sarcasmo do tratamento TU.
tapa.
belos versos, gostei ! bjo !
Essa realmente é arrebatadora!!!
Postar um comentário