Um poema não serve pra nada.
Não paga as contas de condomínio,
Nem as de água, luz e telefone.
Poema é algo que não se come,
Sem sabor, ou valor nutritivo.
E não há um só registro na história
Contemporânea, clássica, antiga
De soneto, de trova ou cantiga
De consequência digna de nota.
Um poema não serve pra nada,
Mas pior que o poema é o poeta:
O poema é apenas a obra
Que o autor por vaidade arquiteta.
Nada há, pois, em todo o universo
Mais inútil que o bardo e seus versos.
9 de abr. de 2010
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6 comentários:
O mundo se divide em gatos e coisas que não são gatos, como poemas. Seus poemas não são gatos, mas dão pro gasto. hehe, tendeu? gatos/gasto.
pois é o que eu sempre digo:
não sirvo pra nada, posto que só sei fazer isso... rsrsrsrs
tenho até um poema assim
só sei fazer amor e poesia
- ele me disse um dia -
então faço o que posso
com a minha afasia.
(que pode ser substituída por afrasia tbm)
Bárbaro, Allan!
Lembrei de uma entrevista q dei para o izacyl, "no começo do século", junto com Erorci Santana e Ieda Estergilda de Abreu.
Uma das perguntas era: "para q serve o poema?"
Acho q os outros deram respostas indicando alguma utilidade... (não lembro qual ou quais)
Respondi:
"Não serve para nada. É inevitável, só isso."
bj!
Me fez lembrar Manoel de Barros quando foi questionado pelo irmão se poetar traria alimento pra mesa.
Não traz, mas alimenta a alma.
Um poema serve de alimento para nossa alma!!!
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